segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meus contos

Algumas pessoas me pedem para ler os contos que escrevo, alem  das fics (para quem não sabe fanfic é um texto de um fã usando o universo criado por outra pessoa). Então decidi postar esse conto que escrevi baseado na historia de uma amiga.


O vizinho do A 12

Maria era nova em São Paulo, saiu da casa da mãe para se ariscar na cidade grande e assim realizar seu sonho.
Tinha passado os primeiros meses do ano morando no que poderia ser, no mínimo, chamado de pocilga. Aturando um senhorio mal educado e grotesco, pagando o dinheiro que não tinha, e que, definitivamente, não valia pelo que recebia.
Depois de seis meses de procura finalmente encontrou as pessoas certas, com as mesmas afinidades para dividir um apartamento perto da universidade.
Tinha acabado de sair da imobiliária, estava com as chaves do primeiro apartamento que teria sozinha. As duas colegas estavam em aulas na parte da tarde, e não poderiam estar presentes na primeira visita a nova casa.
Maria foi sozinha, descendo as ruas do bairro, procurando o endereço. As amigas já tinham estado no prédio, mas era sua primeira vez no lugar que seria sua casa pelos próximos quatro anos, no mínimo. Estava animada, sua ansiedade crescia com os números dos prédios. Finalmente atingiu o numero que tanto queria. As janelas estranhas, pintadas de marrom e emolduradas pelo bege típico dos apartamentos daquela área, foram a primeira coisa que chamou sua atenção.
Sorriu para o porteiro e se apresentou como a nova moradora do B12, ele imediatamente a deixou entrar e indicou que deveria seguir pelo corredor que levava os apartamentos do bloco A e B. Maria entrou no primeiro elevador que viu, não prestando a atenção na plaqueta logo a cima da porta que dizia “Bloco A”. Apertou o botão com o numero um e esperou a curta viagem terminar. Quando as portas finalmente abriram, suas mãos suavam segurando as chaves que abriria a porta.
Saiu do elevador e parou no meio do corredor esperando as luzes acenderem pelo sistema de presença, mas depois de alguns segundos percebeu que não aconteceria. Como o numero 12 estava bem em sua frente e as chaves estavam em sua mão, se ariscou no escuro, tentando acertar o buraco da fechadura na pouca luz gerada pelo elevador que ainda estava parado no andar. Depois da terceira tentativa de abrir a porta, Maria tinha certeza que não era culpa de não conseguir achar a fechadura no escuro, só poderia ser problema com a chave ou a fechadura, talvez a mulher da imobiliária tenha entregado as chaves erradas ou a fechadura estava com problemas. Bufou irritada e chutou a porta para extravasar.
Congelou no lugar, quando ouviu a porta ser aberta pelo lado de dentro. Logo surgiu em sua frente uma personificação de um deus. Um homem alto, com pelo menos 1,90 metros de altura, músculos bem torneados, graças a academia do prédio, pensou. Cabelos ainda mais negros por estarem molhados e o melhor de tudo com apenas uma toalha amarela na cintura. Maria perdeu o controle dos sentidos no momento que seus olhos bateram no abdômen do Adônis em sua frente.
Não sabia o que dizer, o que fazer, ou sequer quem era. Aquele era sem duvidas o homem mais lindo que tinha visto em toda sua vida.
- Pois não? – Ele perguntou quebrando o constrangedor silêncio que pairou no pequeno espaço do corredor.
- Aqui não é o B12? – Perguntou quando conseguiu engolir o enorme bolo que se formou em sua garganta.
- A12 – O estranho respondeu e a olhou com uma sobrancelha arqueada.
Aquele pequeno gesto fez a cabeça de Maria girar como se não tivesse ar suficiente em seu sangue, a fazendo perceber que estava segurando a respiração como sequer respirar perto daquele homem seria um crime.
- Desculpa – Pediu esganiçada dando as costas para o Adônis e apertando freneticamente o botão do elevador.
Sabia que ele ainda estava parado na porta, devido a luz que invadia o corredor, mas não ousaria roubar uma olhadela. Começou a bater o pé freneticamente torcendo que aqueles penosos segundos passassem mais rápido. Sem agüentar olhou para o estranho de canto de olho e o viu parado na porta, olhando diretamente para ela, com o ombro encostado no batente e os braços cruzados em cima do peito nu. Sorriu assim que percebeu seu olhar sobre si. Maria tentou se concentrar no elevador que se recusava em aparecer e não no vizinho gostoso que insistia a permanecer ali a olhando.
Maria respirou aliviada quando o elevador finalmente apareceu, puxou a porta com mais força que o necessário e entrou se controlando para não dar uma ultima olhada no vizinho.
- Tchau – Ela o ouviu dizer antes que a porta do elevador se fechasse.
Maria encostou contra o espelho do pequeno cubículo, tentando recuperar a calma e a sanidade, depois do seu encontro com um deus do Olímpio em carne e osso (mais carne que osso, claro).
- Ninguém vai acreditar.

sábado, 4 de setembro de 2010

Meus motivos

Hoje foi a primeira vez que abri o Word para escrever alguma coisa do livro, alem de pesquisas, e finalmente tirar aquela idéia do Muro das Lamentações, que estava me assombrando desde que tive o sonho com ela. Durante a escrita comecei a pensar sobre o Espaço Aberto Literatura da Globo News. Edney Silvestre entrevistou o escritor iraniano Salman Rushdie, que escreveu o romance “Luka e o Fogo da Vida” inspirado no temor de um pai que não viveria o bastante para ver o filho crescer. Ainda não li, mas estou super curiosa.

Ele também é o autor de “Versos Satânicos”, livro responsável por uma sentença de morte e líderes religiosos iranianos oferecerem 6 milhões de dólares como recompensa pelo seu assassinato. Nem preciso dizer que quero muito ler.

No fim da entrevista ele levantou três questões que um autor tem que se preocupar antes de escrever um romance, me fazendo pensar em meus próprios motivos.

Que historia você esta contando?

Essa foi a mais fácil de responder.

Estou com a idéia na ponta da língua, mesmo antes de ter a ambição de escrever o livro. Agora que esta tomando forma a excitação cresce conforme a trama fica mais e mais forte.

Porque esta contando essa historia e não outra?

Essa foi a que mais me fez pensar.

Anjos sempre foi uma grande paixão, alias qualquer coisa sobrenatural. Então falar do que gosto é mais que obvio, mas mais que falar do que gosto, o livro vai ser minha criação da nossa realidade, uma viagem ao louco mundo alternativo que acontece dentro da minha cabeça.

Como escrever a historia?

Esse é a mais difícil de responder.

Quem me conhece sabe da minha natureza altamente mutável e completamente perfeccionista para escrever um texto. Enquanto não esta exatamente como quero, não esta perfeito.


Parece quando se tem uma idéia e ela é forte o bastante, o Universo (para quem acredita nisso) conspira a favor de fazê-la crescer e sair do papel. O mundo se encaixa para tornar sonhos em realidade. Quando comecei colocar o livro em letras no papel e criei o blog, meu maior medo era o que aquele devaneio não teria tanta força para virar um livro, mas o crescimento esta tão magnífico, que me acorda no meio na noite com alguma idéia que seria legal acrescentar.

Então a historia e minha felicidade crescem juntas e de igual tamanho cada vez que tiro meu bloco de anotações debaixo da pilha de livros e bíblias, para anotar mais uma nova idéia.



Para quem ficou interessado na entrevista com Salman Rushdie, aqui esta o link para o vídeo

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Presente de aniversario

Hoje 02-09, é o meu vigésimo quarto aniversario, como presente não poderia ter recebido nada melhor que o sonho que tive essa noite.

Meus sonhos não são muito regulares, mas quando acontecem sempre trazem alguma idéia genial, dessa vez não foi diferente. Depois de uma longa noite de pesquisa na net, atrás de material para o livro, e principalmente tentando decidir o nome da personagem principal, fui dormir com muito informação na cabeça e ainda sem nome para a bendita.

Voltando a questão do sonho, essa cena vai mudar radicalmente o andamento da historia. Minha idéia inicial era não sair do ponto de vista da personagem sem nome, mas com o surgimento dessa cena a coisa muda.

Tudo que posso adiantar é que vai envolver o Muro das Lamentações em Jerusalém.

Pequena historia sobre o Muro das Lamentações:

O Muro localizado na área ocidental de Jerusalém vem lembrando há milênios a vitória de Roma sobre os judeus. Hoje ele é cultuado como o recanto mais sagrado do Judaísmo, pois é o último vestígio do segundo templo judaico, edificado após a destruição do anterior, construído por Salomão. No ano 20 a.C. ele foi reformado por Herodes, o Grande, na tentativa de conquistar a simpatia de César. Em 70 d.C. o Muro das Lamentações foi demolido por Tito, em uma demonstração de força do Império Romano diante da Grande Revolta Judaica. (fonte: http://www.infoescola.com/religiao/muro-das-lamentacoes/)


Muro das Lamentações