domingo, 19 de dezembro de 2010

Então é Natal

Quem me conhece sabe que essa época do ano é a que mais gosto. Apesar das intermináveis filas, os shoppings lotados, as crianças chorando enquanto são arrastados pelas mães, a conta do banco que vai no vermelho e volta. Natal tem um espírito que falta ao resto do ano. Aquele desejo de ver os amigos que ficaram longe o ano todo, as comidinhas que são especiais e deliciosas, os enfeites vermelhos e verdes e a cidade toda iluminada.E morar em São Paulo é um espetáculo a parte, as avenidas com decoração especial, os milhares de shoppings com papais Noel.
A coisa mais gostosa dessa época são os especiais, filmes e musicas lançadas para a ocasião. O Grinch é sempre uma diversão garantida, não importa quantas vezes veja. The Killers lançou o tradicional single de natal, o desse ano se chama Boots e é muito lindo. Coldplay também lançou o Christmas Lights, que tem um clipe de babar.
Mas o melhor mesmo do natal são os presentes, os que a gente ganha e também os que dá. Aqui em casa fazemos um mini amigo secreto, assim todos ganham um presente e ninguém gasta horrores comprando para todo mundo. Comprei o do meu amigo pelo site da Saraiva, livros são minha paixão então nada mais justo que seja minha escolha de presentes. E como sou filha de Deus, acabei comprando alguns pra mim também.
O primeiro da lista é Mentes Perigosas: O Psicopata Mora ao Lado da Ana Beatriz Barbosa. Que segundo um resumo da internet “ ‘Mentes Perigosas’ discorre sobre pessoas frias, manipuladoras, transgressoras de regras sociais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão ou culpa. Esses ‘predadores sociais’ com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais.”. Amanha começo a ler.
Os outros três são da coleção da Charleine Harris (Dead Until Dark, Living Dead in Dalls e Clud Dead). Que estava querendo há muito tempo (desde a primeira vez que vi True Blood) e só agora comprei. Decidi comprá-los em inglês, a versão original é sempre mais fiel, as traduções mudam algumas coisas e deixa a gente meio frustrado.
Natal é uma época mágica e viver todo esse espírito tem muito há ver comigo.
Feliz Natal e um Ano Novo cheio de paz e alegrias.



The Killers - Boots

ColdPlay - Christimas Lights

domingo, 21 de novembro de 2010

Chegar ao fim

Ontem terminei um livro que estava querendo reler há algum tempo. O Pequeno Príncipe de Antoine de Saint-Exupéry. Dizem que esse livro não importa quantas vezes o leia sempre vai ter uma interpretação diferente da sua historia.
Quando o li pela primeira vez era uma criança e agora já adulta (ou quase isso) percebi que isso é totalmente verdade. Crianças são muito mais simples, aquela Juliana viu o livro como uma linda fabula de um príncipe solitário que queria um amigo. Já essa Juliana tentou buscar a verdadeira analogia por trás daquele príncipe de um reino tão pequeno e solitário.
Claro que aquela Juliana é muito mais cativante que essa Juliana, mas aquela não tinha vivido tudo que essa já viveu.
Mas não vim aqui para falar da experiência única que é reler O Pequeno Príncipe. Quero falar da experiência de terminar um livro, mesmo que seja um livro que já tinha lido antes.
Terminar um livro é mais ou menos como aprender um novo idioma, você se esquece de como era antes quando não sabia falar aquela língua. É mais que terminar uma viagem, muito mais. Quando a ultima palavra acompanhada pelo ultimo ponto final surge bate uma saudade instantânea. Saudade igual a que bate ao se despedir de um grande amigo e vê-lo se afastando.
Terminar um livro é bom, porque é como se aquela coisa se tornasse parte da gente, deixando o coração maior e mais feliz. Mas também é triste, porque não é divertido deixar um amigo ir embora.
Como diria o pequeno principezinho: “A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixou cativar”.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Mais feliz que pinto no lixo

Hoje recebi a noticia que ganhei um dos ingressos para a noite de maratona da Saga Crepúsculo do Telecine.
Pelo visto vai ser uma coisa muito grande, segundo o hotsite da promoção é o maior evento no Brasil, e vai contar com a exibição dos 3 filmes com Dj’s e atrações. Claro que estou super curiosa para saber quais são essas atrações.
Prometo levar a maquina e tirar varias fotos. Se ganhar algum brinde especial (e como não gosto de colecionar nada a não serem livros) vou fazer um sorteio aqui no blog.
O evento acontece nesse sábado (23/10). Então fiquem de olho para novidades.

Segue a fic que me garantiu um lugar nessa (versão curta, porque o limite eram 6500 caracteres):
Meu Deus
Eu finalmente cheguei onde deveria esperar para ver meu destino mudar mais uma vez. No entanto dessa vez tinha previsto e não poderia estar mais ansiosa, isso eu queria com todas as minhas forças.
Entrando no lugar uma angustia me afligiu, ele poderia perfeitamente não querer aquilo, mesmo que o tenha visto no meu caminho isso não significava que iria querer andar ao meu lado.
A lanchonete era um lugar simples sem muitos fregueses.
Escolhi a mesa em que sentava em minha visão, assim que ele virasse a esquina o veria.
Tudo que tinha que fazer agora era esperar.
O relógio em cima do balcão marcava 22:36, ele só chegaria as 23:03.
- O que vai ser? – A garçonete me perguntou.
Eu não comeria nem muito menos beberia qualquer coisa que ela pudesse me oferecer, mas não poderia ficar ali sentada na próxima hora sem pedir nada.
- O que você recomenda? – Perguntei sem saber o que pedir.
- Cheeseburguer e um refrigerante? – Ela me ofereceu sem se preocupar muito em me agradar.
- Pode ser.
Tudo que eu queria era poder vê-lo com meus olhos, as minhas visões não me permitiam saber de tudo que queria sobre ele. Eu queria saber como a sua pele era em contato com a minha, a sua voz era quando falava meu nome, queria saber se os seus olhos brilhavam como os meus com a possibilidade de ficarmos juntos para sempre.
- Seu pedido - Como as pessoas conseguiam comer uma coisa dessas nunca iria entender.
Ela saiu em direção ao balcão e começou uma conversa com o homem atrás dele sobre mim, mas não queria ouvir então desviei minha atenção para o relógio. Não estava com sorte a hora parecia não ter passado.
Eu sabia que aqueles 12 minutos não eram nada comparados com todos esses anos que passei longe dele.
Fiquei olhando a janela, logo ele estaria virando a esquina. Não estava longe podia sentir isso.
Suspirei profundamente, não que eu precisasse do ar, pensei que aquilo me deixaria mais calma, mas foi em vão ainda mais quando olhei para a esquina e ele estava lá parado, olhando para os lados, provavelmente decidindo o que iria fazer.
Nossos olhares se encontraram pela primeira vez mesmo com toda a chuva pude vê-lo com clareza, ele era tudo.
Cruzou a rua vindo em minha direção. Entrou pela porta e agora estava mais próxima do que nunca do meu futuro.
- Eu estava te esperando.
- Posso sentar? – Ele perguntou ainda me olhando.
Sua voz era perfeita, parecia musica e me envolveu completamente.
- Claro.
- Desculpe se me atrasei.
Éramos somente eu e ele e nada mais importava.
Ele era perfeito em todos as formas da palavra. Queria saber tudo, cada detalhe da sua vida. Nós éramos perfeitos um para o outro.
Estiquei a mão para tocar a sua que estava em cima da mesa. Quando minha mão alcançou a sua senti que tudo que eu precisava para continuar existindo era tê-lo ao meu lado.
- Eu posso saber o seu nome?
- Alice – Falei com a voz baixa – O seu?
- Jasper – Ele era todo perfeito até seu nome me dizia isso. Não consegui evitar sorrir e ele me olhou curioso – O que tem de tão engraçado em meu nome?
- Não é com seu nome, você deve me achar uma maluca.
- E porque acharia?
- Você entra em um restaurante e encontra uma mulher que diz que o estava esperando. Isso é difícil de acreditar – Falei ainda olhando nossas mãos juntas.
- Eu estou feliz por estar aqui com você – Olhei para os seus olhos imediatamente, eles pareciam aliviados como se estivesse perdido antes e agora tinha se encontrado, o que me deixou feliz e senti como se fosse apaixonada por ele minha vida toda.
Ele me olhava como se fosse capaz de ler meus sentimentos. Eu queria contar para ele tudo que estava sentindo, mas sabia que aquilo era absurdo, alguém não poderia se apaixonar assim só de ver a outra pessoa.
- Me fale de você – Disse tentando evitar aqueles olhos inquisitórios.
- O que quer saber? – Mexeu a mão deixando a sua em cima da minha, a cada toque dele me sentia mais protegida.
Perto dele tudo parecia ser possível e tinha a certeza que a felicidade que sentia agora era só o começo de tudo que poderia sentir com ele.
Ele me contou tudo sobre sua vida no sul, como foi transformado, a maneira que lutou todos esses anos e tinha perdido a certeza que estava do lado certo ou a certeza que a fazia a coisa certa. Sua vida me fascinava, ainda mais quando lembrava tão pouco da minha.
Ele ainda não tinha me perguntado sobre meus dias antes de hoje, sabia que era apenas questão de tempo logo também iria querer saber, mas quando isso acontecesse não saberia o que dizer, minha história era tão curta e cheia de buracos comparada a sua. Por um instante aquilo me aterrorizou, ele parou de falar e me olhou confuso.
- Qual é o problema? – Ele estava com a testa franzida e seus olhos ficaram agoniados como se refletindo o que eu sentia.
- Porque você parou de falar? – Perguntei tentando mandar a tristeza que me invadiu embora, quando senti uma onda do que parecia felicidade pura. Não consegui evitar e sorri, ele também sorriu e o olhei tentando entender o que tinha acontecido. Pareceu perceber minha confusão.
- Eu preciso te contar uma coisa – Ele falou me olhando ainda mais profundamente nos olhos – Eu só entrei aqui porque quando nossos olhos se encontraram pude sentir tudo que você sentia naquele momento.
- Quer dizer que você sente o que as pessoas sentem?
- Eu também posso fazê-las sentir o que eu quiser.
Eu apenas o olhava sem saber o que fazer.
- Isso é realmente incrível – Falava mais comigo mesma do que com ele, estava envergonhada demais.
- Você estava feliz, mas de repente se sentiu triste. Queria saber o que aconteceu se foi algo que eu disse.
- Não foi nada que você disse. Eu apenas me senti assim quando percebi que quando você me perguntasse sobre minha vida não teria nada a falar. Exceto que quando fui transformada o seu rosto e esse dia foi a primeira visão que tive.
Ele se levantou e jogou um dinheiro na mesa me estendeu a mão.
- Anda comigo? – Ele perguntou de toda aquela altura. Sorri e segurei sua mão, aquilo parecia tão certo e perfeito.
Saímos para a rua, a chuva tinha parado e se transformado em uma leve garoa fazendo as luzes da cidade cintilarem. Chegamos a margem do lago, ele virou para mim ficando de costas para o resto da cidade.
- Você é linda – Ele disse tocando meu rosto.
Se curvou e me beijou. Nosso primeiro beijo, senti como se o mundo fizesse sentido novamente, como se nada mais importasse. Era perfeito e tudo que eu queria era ver a eternidade passar bem devagar para poder aproveitar cada momento com ele.
Ele era tudo pra mim, meu anjo, meu guardião. Meu deus.

domingo, 17 de outubro de 2010

Paraíso Otaku

Sozinha em casa no fim de semana lembrei que precisava de um bloco de notas, para carregar dentro da bolsa. Não existe melhor lugar que a Liberdade para comprar isso. Dessa vez lembrei de levar a maquina afinal nunca se sabe o que vai inspirar.
O bairro é o maior reduto da comunidade japonesa em São Paulo. A marca registrada dessa influência esta nas ruas com suas lindas luminárias tipicamente orientais. Os famosos futons, os restaurantes japoneses e chineses, as lojas de presentes, os cosméticos, os karaokês e as panelas de arroz, fazem da Liberdade o lugar para se fazer compras em um domingo ensolarado.
A Praça da Liberdade é uma profusão de pessoas atraídas pela feira que acontece por la. As barraquinhas que vendem peças de roupas, utensílios de madeira e pequenas bonequinhas vestidas de gueixa não atraem tantas pessoas quando as de comidas. Pode se encontrar de tudo, camarões no espeto, yakissoba para comer de rechi em pé na calçada, raspadinhas de todos os sabores e os bolinhos de feijão doce que são virados na chapa quente com uma habilidade impressionante.
Um lugar cheio de supressas onde fechar uma rua significa um palhaço magnífico fazendo graças e brincando.
E terminar o passeio tomando um Melona na ponte enquanto olha a av. Radial Leste-Oeste estranhamente sem engarrafamento.
Andar pela Liberdade é um passeio magnífico que todos deveriam fazer pelo menos uma vez.
 

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Alucinação Coletiva

Essa noite foi estranha em vários aspectos.

Estava tão cansada por ter passado o dia escrevendo meu roteiro (que esta quase pronto e lookin’ good) que fui para a cama mais cedo que o normal, muito mais cedo. Com a idéia de ler ate a hora que o sono viesse, mas o sono veio mais rápido que poderia prever, acabei dormindo com ele em cima do peito e a luz acessa. Acordei no meio da madrugada com o livro me espetando o rosto e a luz incomodando. Fechei o livro, apaguei a luz, depois disso foi aquela luta para pegar no sono novamente. Quem é insone sabe que uma vez perdido o sono é uma batalha para voltar a dormir.

Comecei a pensar em imagens para o roteiro, passei as cores e cheguei a conclusão que minha personagem principal não tem um rosto, não consigo pensar em como ela se parece. No meio de todas essas idéias acabei pegando no sono de novo.

Eis que vem a parte realmente estranha da noite, meu sonho. Uma atividade importante para quem escreve é anotar toda e qualquer coisa, por mais banal ou simples que seja. Já perdi algumas ótimas idéias porque não anotei crente que iria lembrar depois. Os sonhos é uma dessas coisas dignas de registrar, a gente só se lembra de uma parte do que sonhamos e se não anotar vai esquecer mesmo, sonhos tendem a ser mais escorregadios que as idéias. Não sou muito de sonhar, quando durmo, durmo para valer sem espaço para mais nada, mas às vezes acontece e sempre é alguma coisa estranha ou alguma idéia para desencravar um texto.

O sonho dessa noite foi uma experiência metafísica. Estava em uma cidade desconhecida, fugindo pelas ruas de alguma coisa que não conseguia ver, mas sabia que estava perto e iria me alcançar a qualquer momento. Ate que em um dado momento atingi uma praça circular com um aglomerado de milhares de pessoas. Com a característica que só os sonhos têm, que nos permite saber das coisas simplesmente por sabê-las, sabia que naquela praça estavam todas as pessoas da cidade. Elas não me viam, ou sequer notavam minha presença. Estavam em algum tipo de alucinação, vendo no meio da praça uma entidade que não estava la, pelo menos não pra mim.

Acordei com uma inquietação, que normalmente tenho depois dos pesadelos.

Todas aquelas pessoas estavam em uma alucinação coletiva, ou era eu quem estava alucinando ao não ver nada no meio daquela praça?

Não sei o que esse sonho significa, mas sei que uma noite estranha certamente tinha que vir com um sonho mais estranho ainda.

Vai entrar no caderninho de idéias e quem sabe não escrevo uma passagem do livro com uma alucinação coletiva.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Boarwalk Empire – Onde o crime compensa (e muito)

Poucas são as vezes que posso dizer que alguma coisa realmente me deixou embasbacada.
Quem me conhece sabe que muito, senão tudo, da minha cultura pop vem das series de TV americanas, os famosos enlatados americanoides. Já vi uma grande quantidade deles, e cada vez mais me surpreendo com a qualidade que alguns atingem, fazendo espectador perder a noção que esta vendo um programa de TV e não um filme de cinema.
Tenho as minhas favoritas e muito orgulho delas. Tenho as que já foram favoritas e agora não consigo nem ver na frente. E tenho, claro, as imortais, que não importa quantas vezes reprise sempre me acabo de rir com as piadas ou prender a respiração nas cenas cruciais.
Falar de serie é quase tão bom quanto assisti-las. Sempre vou conseguir lembrar-se de uma esquecida no fundo o baú, que tinha um personagem tal, que falava de maneira tal e é um ótimo exemplo para a situação do momento.
Mas não estou aqui para falar do quanto gosto de ver uma boa serie. Estou aqui porque vi uma serie boa pra cara*** que me deixou sentindo com uma criança em época de Natal.
Estou aqui para falar de Boarkwalk Empire, a serie que na minha opinião merece ser o maior hit de temporada.
Baseada no livro do autor Nelson Johnson, Boardwalk Empire: The Birth, High Times and Corruption of Atlantic City. Escrita por ninguém menos que Terence Winter, criador e mestre por trás do sucesso The Sopranos. Com o primeiro episodio foi dirigido pelo grande Martin Scorsese, que também é o produtor, conhecido por fazer filmes da máfia que nos deixam babando.
Ambienta na “Las Vegas do Atlântico”, a trama gira em torno de Enoch “Nucky” Johnson, tesoureiro da cidade na década de 1920, responsável tanto pelo boom de turismo que enriqueceu Atlantic City quanto pela criação de uma rede de corrupção e crime. Um soberano do período da lei seca nos EUA, que tinha aliados gângsters como Lucky Luciano (Vincet Piazza), Armold Rothstein (Michael Stuhlbarg) e um jovem Al Capone (Stephen Graham). Ao mesmo tempo em que fala de forma passional para a Liga Contra o Álcool, faz esquemas para trazer carregamentos contrabandeados para a cidade e inicia o jovem, veterano da Primeira Guerra, Jimmy (Michael Pitt) nos caminhos do sucesso a qualquer preço.
Em suas palavras: “First rule of politics, kiddo. Never let the truth get in the way of a good story” (Primeira regra da politica, garoto. Nunca deixe que a verdade fiquei no caminho de uma boa história). O que reflete muito bem que tipo de pessoa esta diante de nós.
Uma serie com seu personagem central e real chamado Enoch, um primeiro episódio dirigido por Martin Scorsese, com luta de anões, Al Capone, e miolos voando em direção a câmera, não tem como ser ruim.
Boarwalk Empire, é a serie que encanta, impressiona, faz o queixo cair, arranca risos e lagrimas, tudo nos primeiros minutos na tela. Super recomendo.
Começa dia 17 na HBO, aqui no Brasil, la nos EUA já foram ao ar 3 episódios.
Ai vai o trailer que esta passando na TV aqui no Brasil:

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Meus contos

Algumas pessoas me pedem para ler os contos que escrevo, alem  das fics (para quem não sabe fanfic é um texto de um fã usando o universo criado por outra pessoa). Então decidi postar esse conto que escrevi baseado na historia de uma amiga.


O vizinho do A 12

Maria era nova em São Paulo, saiu da casa da mãe para se ariscar na cidade grande e assim realizar seu sonho.
Tinha passado os primeiros meses do ano morando no que poderia ser, no mínimo, chamado de pocilga. Aturando um senhorio mal educado e grotesco, pagando o dinheiro que não tinha, e que, definitivamente, não valia pelo que recebia.
Depois de seis meses de procura finalmente encontrou as pessoas certas, com as mesmas afinidades para dividir um apartamento perto da universidade.
Tinha acabado de sair da imobiliária, estava com as chaves do primeiro apartamento que teria sozinha. As duas colegas estavam em aulas na parte da tarde, e não poderiam estar presentes na primeira visita a nova casa.
Maria foi sozinha, descendo as ruas do bairro, procurando o endereço. As amigas já tinham estado no prédio, mas era sua primeira vez no lugar que seria sua casa pelos próximos quatro anos, no mínimo. Estava animada, sua ansiedade crescia com os números dos prédios. Finalmente atingiu o numero que tanto queria. As janelas estranhas, pintadas de marrom e emolduradas pelo bege típico dos apartamentos daquela área, foram a primeira coisa que chamou sua atenção.
Sorriu para o porteiro e se apresentou como a nova moradora do B12, ele imediatamente a deixou entrar e indicou que deveria seguir pelo corredor que levava os apartamentos do bloco A e B. Maria entrou no primeiro elevador que viu, não prestando a atenção na plaqueta logo a cima da porta que dizia “Bloco A”. Apertou o botão com o numero um e esperou a curta viagem terminar. Quando as portas finalmente abriram, suas mãos suavam segurando as chaves que abriria a porta.
Saiu do elevador e parou no meio do corredor esperando as luzes acenderem pelo sistema de presença, mas depois de alguns segundos percebeu que não aconteceria. Como o numero 12 estava bem em sua frente e as chaves estavam em sua mão, se ariscou no escuro, tentando acertar o buraco da fechadura na pouca luz gerada pelo elevador que ainda estava parado no andar. Depois da terceira tentativa de abrir a porta, Maria tinha certeza que não era culpa de não conseguir achar a fechadura no escuro, só poderia ser problema com a chave ou a fechadura, talvez a mulher da imobiliária tenha entregado as chaves erradas ou a fechadura estava com problemas. Bufou irritada e chutou a porta para extravasar.
Congelou no lugar, quando ouviu a porta ser aberta pelo lado de dentro. Logo surgiu em sua frente uma personificação de um deus. Um homem alto, com pelo menos 1,90 metros de altura, músculos bem torneados, graças a academia do prédio, pensou. Cabelos ainda mais negros por estarem molhados e o melhor de tudo com apenas uma toalha amarela na cintura. Maria perdeu o controle dos sentidos no momento que seus olhos bateram no abdômen do Adônis em sua frente.
Não sabia o que dizer, o que fazer, ou sequer quem era. Aquele era sem duvidas o homem mais lindo que tinha visto em toda sua vida.
- Pois não? – Ele perguntou quebrando o constrangedor silêncio que pairou no pequeno espaço do corredor.
- Aqui não é o B12? – Perguntou quando conseguiu engolir o enorme bolo que se formou em sua garganta.
- A12 – O estranho respondeu e a olhou com uma sobrancelha arqueada.
Aquele pequeno gesto fez a cabeça de Maria girar como se não tivesse ar suficiente em seu sangue, a fazendo perceber que estava segurando a respiração como sequer respirar perto daquele homem seria um crime.
- Desculpa – Pediu esganiçada dando as costas para o Adônis e apertando freneticamente o botão do elevador.
Sabia que ele ainda estava parado na porta, devido a luz que invadia o corredor, mas não ousaria roubar uma olhadela. Começou a bater o pé freneticamente torcendo que aqueles penosos segundos passassem mais rápido. Sem agüentar olhou para o estranho de canto de olho e o viu parado na porta, olhando diretamente para ela, com o ombro encostado no batente e os braços cruzados em cima do peito nu. Sorriu assim que percebeu seu olhar sobre si. Maria tentou se concentrar no elevador que se recusava em aparecer e não no vizinho gostoso que insistia a permanecer ali a olhando.
Maria respirou aliviada quando o elevador finalmente apareceu, puxou a porta com mais força que o necessário e entrou se controlando para não dar uma ultima olhada no vizinho.
- Tchau – Ela o ouviu dizer antes que a porta do elevador se fechasse.
Maria encostou contra o espelho do pequeno cubículo, tentando recuperar a calma e a sanidade, depois do seu encontro com um deus do Olímpio em carne e osso (mais carne que osso, claro).
- Ninguém vai acreditar.